As exportações chineses cresceram mais que o esperado em setembro, sinalizando que a segunda maior economia do mundo pode estar se estabilizando depois da desaceleração iniciada no primeiro trimestre de 2011. Segundo dados do governo, informados no sábado, os embarques chineses ao exterior registraram um aumento de 9,9% em relação a setembro do ano passado - superando a expectativa de alta de 5,5% do mercado.
Durante a reunião do Fundo Monetário Internacional (FMI), ontem, em Tóquio, o presidente do banco central da China, Yi Gang, afirmou que o risco de uma bolha ainda permanece no setor imobiliário de grandes cidades do país, e que o estímulo que Pequim vem dando à economia nos últimos meses - cortes nas taxas de juros, por exemplo - será restrito ao que chamou de nível "apropriado".
"Os números acima do esperado das exportações chinesas deverão dar suporte ao emprego e reduzir a pressão por mais medidas de relaxamento econômico às vésperas da transição da liderança política no país", disse Chang Jian, economista do Barclays em Hong Kong. "O relaxamento fiscal tem sido limitado por preocupações com uma guinada nos preços dos imóveis e por riscos inflacionários".
Segundo Yi, embora a inflação fique em torno dos 2,7% este ano, a ameaça está nos custos de longo prazo do setor agrícola e nos preços de matérias-primas importadas e de energia. Na semana passada, o FMI reduziu sua estimativa de PIB para a China este ano para 7,8%, o mais fraco desde 1999.