O Índice Bovespa (Ibovespa) se encaminha nesta semana para "testar" a resistência - um patamar no qual uma tendência de alta pode ser revertida - dos 57.800 pontos. No jargão da análise técnica, isso significa que o indicador subiria para próximo de 58 mil pontos antes de oscilar de novo para baixo, se não tiver força para ultrapassar a barreira.
Mas os investidores não devem nem ficar esperançosos com a alta no curtíssimo prazo, nem desanimados com uma eventual queda, se o Ibovespa respeitar a resistência dos 57.800 pontos. Isso porque o índice, segundo os grafistas, está em um movimento lateral, em que tende a oscilar em uma faixa muito estreita. No curtíssimo prazo, pode ficar preso entre o suporte, nível de pontos que pode reverter uma tendência de baixa, dos 56.100 pontos e a resistência dos 57.800 pontos. "A probabilidade maior é de o índice ficar praticamente parado em torno dos 57 mil pontos antes de ter uma definição. Nesse caso, ficaria contido nessa faixa nos próximos dias para definir se vai para baixo ou para cima só na semana que vem", afirma Dalton Vieira, analista técnico parceiro do site Investmania.
O analista Leandro Ruschel, diretor da Escola de Investimentos Leandro & Stormer, também vê o Ibovespa em movimento lateral ao longo desta semana. "O Ibovespa está numa tendência indefinida. Nos últimos dez meses a faixa de "congestão" [quando o índice fica contido em um intervalo de pontuação]
se estreitou e vai continuar oscilando nessa condição por longo tempo, alternando subidas e descidas", diz.
Existe ainda a possibilidade de o Ibovespa retomar a tendência de baixa no curto prazo. "A cada dia a gente tem visto um enfraquecimento dos ativos que fazem parte do índice", afirma Vieira, do Investmania. Conforme o analista, caso o indicador consiga romper a barreira dos 56.100 pontos para baixo, a queda pode continuar até os 55.100.
Nessa situação, antes dos 55.100 pontos, o índice testaria um suporte intermediário na casa de 55.900 pontos, afirma Ruschel, da Leandro & Stormer. "Há uma chance considerável de o índice entrar em repique [alta que se segue após o índice reverter a baixa devido a um suporte] já ao tocar esse patamar."
No entanto, se o Ibovespa alcançar 55.100 e também tiver força para recuar mais, entra em uma perspectiva negativa. Para Ruschel, "o espaço para queda nesse cenário seria até os 52.300 pontos, piso que concentra dois fundos [pontuação mínima] alcançados nos meses de junho e julho de 2012".
Na análise do diretor da escola Leandro & Stormer, os papéis de maior liquidez, com grande peso no índice, "estão bem difíceis de operar porque apresentam movimento congestionado [que oscilam em uma faixa de preços] ou descendente". Por conta desse cenário, a dica de Ruschel é avaliar as ações de segunda e terceira linhas, ou seja, aquelas com menor participação no Ibovespa. "Os papéis desse tipo são as melhores apostas atualmente. Está vantajoso sair das ações com maior peso no indicador."
Quem costuma operar no curto prazo, entretanto, pode aproveitar as oscilações constantes das "blue chips", ações mais líquidas do mercado. Segundo Ruschel, a preferencial (PN, sem direito a voto) de Petrobras, por exemplo, "está prestes a confirmar um pivô de alta [figura que representa uma reversão de tendência]". Em sua avaliação, se a ação ultrapassar a cotação de R$ 19,60, entra em ponto de compra. "Nesse caso, a expectativa seria positiva para os próximos dias", diz. A valorização pode alcançar os R$ 21, um topo registrado em dezembro do ano passado, mas poderia ter força para continuar até R$ 23,90, máxima alcançada em setembro de 2012. O "stop loss" - nível máximo de perda admitida - pode ser estabelecido em R$ 19,20.
O setor de bancos é a aposta de Vieira, do Investmania, para outra operação de curto prazo. O analista recomenda a compra de Itaú Unibanco PN, quando a cotação ultrapassar os R$ 36,14. A valorização pretendida vai até R$ 37,24 e o stop ficaria em R$ 35,04. "O papel está em tendência de alta de curto prazo e ontem confirmou um fundo ascendente", afirma. O analista espera a confirmação do objetivo nesta semana.