Cenário:
Em um dia de baixa liquidez em todos os mercados, devido ao feriado do dia de Martin Luther King nos Estados Unidos, as taxas futuras tiveram queda ao longo de toda a curva de juros ontem. O movimento, porém, foi aprofundado à tarde, após as mesas de operação passarem a repercutir comentários de uma fonte do governo, que teria dito que a piora do balanço de riscos da inflação no curto prazo, citada pelo Banco Central no comunicado que acompanhou a decisão da semana passada, ocorreria apenas no começo deste ano. Depois disso, haveria uma tendência de declínio dos preços rumo à meta de inflação.
Com os investidores carentes de notícias e de liquidez, tal fato somou-se à desaceleração registrada pela segunda prévia do Índice Geral de Preços Mercado (IGP-M) de janeiro, para 0,34%, ante 0,69% em igual medição de dezembro, o que provocou um movimento generalizado de queda nas taxas futuras. O juro com vencimento em janeiro de 2014 caiu para 7,14%, de 7,18% na sexta-feira. Já o contrato futuro para janeiro de 2017 projetou taxa de 8,63%, ante 8,70% na sessão anterior.
Nos demais mercados, o dia foi morno. O dólar ante o real caiu 0,15% nas operações à vista de balcão, cotado a R$ 2,0420. O volume de negócios foi reduzido e o movimento de baixa foi atribuído a uma correção em relação ao fechamento do dólar futuro na sexta-feira. Na ocasião, foi anunciado um plano do partido Republicano para elevar o teto da dívida dos EUA. Além disso, profissionais disseram que, em meio às pressões inflacionárias, sobra pouco espaço para a moeda americana subir ante o real.
A Bovespa, por sua vez, passou o período vesper- tino à deriva, sem as bolsas de Nova York e com os índices europeus já fechados. Assim, o Ibovespa terminou aos 61.899,71 pontos, com leve queda de 0,09%. Na primeira metade dos negócios, operou sob influência do vencimento de opções sobre ações, que pressionou os papéis de Vale e Petrobrás. No exterior, as bolsas da Europa subiram, ajustando-se ao fechamento positivo de Wall Street na sexta-feira e após o banco central da Alemanha dizer que as perspectivas para a economia do país melhoraram. Ainda assim, a expectativa dos agentes concentrou-se no resultado da reunião de política monetária do Banco do Japão (BoJ), que sairia de segunda para terça-feira, devido à possibilidade de anúncio de aumento de estímulos ou de elevação da meta de inflação para 2%, conforme defende o novo governo do país.