Segundo pesquisa Focus, do BC, Selic deve permanecer em 7,5%
BRASÍLIA O grupo de analistas ouvidos na pesquisa semanal Focus, que o Banco Central (BC) faz com os economistas das maiores instituições financeiras do país, aumentou a previsão para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA, usado nas metas de inflação do governo) de 5,36% para 5,42% neste ano. A piora nas projeções, que serve de referência no regime de metas de inflação, acontece na mesma semana em que o Comitê de Política Monetária (Copom) definirá se chegou ao fim o ciclo de corte dos juros no Brasil.
Os analistas do mercado mantiveram sua projeção para o crescimento da economia brasileira este ano em 1,57%,
A pesquisa indica que a taxa básica de juros (Selic) deve manter-se no patamar atual de 7,5% ao ano. Na semana passada, no entanto, após a manifestação de um dos integrantes do Copom sobre o cenário externo, as apostas no mercado futuro de juros começaram a mudar para mais um corte da Selic.
Inflação de 5,44% em 2013
O diretor da área Internacional, que também ocupa a cadeira do Departamento de Normas, Luiz Pereira Awazu, traçou um quadro considerado ruim pelos analistas. A declaração ganhou mais peso porque foi dada por um integrante do Copom que não costuma dar sinais alarmistas.
- Com as declarações do diretor do BC, aumentaram as apostas de queda do juro de forma parcimoniosa, em 0,25 ponto percentual na decisão de política monetária de outubro - afirmou o economista da Planner Eduardo Velho. - A sinalização reforça nosso cenário de prolongamento da crise internacional e de maior estabilidade da taxa Selic em 2013 e em 2014.
Para o ano que vem, a projeção para a inflação caiu de 5,48% para 5,44%. Para Eduardo Velho, de olho na alta de preços do ano que vem, o Banco Central pode lançar mão de outros mecanismos para estimular o crescimento sem prejudicar o controle da inflação:
- Parece ser mais fácil ter outros instrumentos macroprudenciais do que juros.