Para manter a produção de petróleo em cerca de 300 mil barris por dia, em média, e de gás em 10 milhões de metros cúbicos diários, a unidade da Petrobras no Espírito Santo trabalha com a expectativa de implantação de uma plataforma no Parque dos Doces, no litoral Norte do Estado, para um teste de longa duração. Em 2017 a companhia pretende instalar o primeiro sistema definitivo de produção, com capacidade para extrair 100 mil barris diário, no mesmo local.
Nessa região, onde estão também os parques inicialmente denominados de Parques dos Deuses, dos Queijos, dos Cachorros e Montanhas Capixabas, o óleo é mais leve, semelhante ao que é produzido no campo de Golfinho, onde já há um navio-plataforma em operação.
Segundo o gerente-geral da Petrobras no Estado, José Luiz Marcusso, até o final do ano deverão ser anunciados novos sistemas de produção para essa região. O executivo afirmou que ainda não foi definida data para a implantação das estruturas.
Operações
Para melhor coordenar as atividades da empresa no Estado, a unidade capixaba deve apresentar até o final do ano, um projeto piloto para a direção da estatal que prevê a criação de um centro de operações integradas, que poderá funcionar no prédio central da nova sede, em Vitória.
O objetivo é agilizar e otimizar o controle de todas as operações em terra e no mar. Marcusso informa que o projeto ainda está em fase de elaboração, mas a proposta é melhorar o controle de todos os processos. “A plataforma de Peroá, no litoral de Linhares, tem sua sala de controle dentro da Unidade de Tratamento de Gás de Cacimbas, que fica em terra”, explicou.
Esse tipo de central de foi aprovada, primeiro, para a unidade de Santos. O segundo projeto que será avaliado será o do Espírito Santo. Com um centro de operações desse tipo será mais fácil e mais ágil o controle de tudo o que é feito no Estado, inclusive nas plataformas.
Com pelo menos 10 sondas em atuação no litoral do Espírito Santo, novas áreas para entrar em produção no futuro estão sendo buscadas. “Além disso, na próxima semana será realizado o primeiro leilão de novos blocos desde 2008 e novas áreas estarão disponíveis para buscar novas reservas”, ressalta o executivo.
Eike perde sonda para a Jurong
A OSX perdeu o contrato de construção, no Porto do Açu, de duas sondas de perfuração do pré-sal, num custo aproximado de US$ 1,6 bilhão. Segundo fonte graduada ligada ao processo, a negociação entre a empresa de Eike Batista com a gestora Sete Brasil não foi adiante por interferência da Petrobras, que não estaria interessada em sua execução.
Uma das duas sondas inicialmente negociadas com a OSX foi contratada no estaleiro Jurong, de Singapura, que constrói uma planta no Espírito Santo, em Aracruz, e tem mais experiência no ramo e já tinha outras seis sondas encomendadas.
A segunda continua sem contrato, mas deixou de ser negociada com a OSX há tempos. “Não saiu e não foi por falta de vontade da Sete”, disse uma das fontes.
A Petrobras também interrompeu os planos da Sete Brasil de entrar no mercado de barcos de apoio e plataformas flutuantes (FPSOS). A estatal recentemente intensificou o afretamento dessas embarcações com empresas estrangeiras, como Modec e SBM, no segundo caso. As duas sondas representariam cerca de 20% da carteira de contratos da OSX, hoje de aproximadamente US$ 8 bilhões.