Coreia do Sul, China e Irlanda foram os países que mais ganharam competitividade entre o ano 2000 e 2011, segundo o Índice de Competitividade da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), divulgado ontem. Segundo José Ricardo Roriz Coelho, diretor do Departamento de Competitividade e Tecnologia (Decomtec) da entidade, foi determinante para o avanço desses países o crescimento da produtividade da indústria, o aumento do gasto com pesquisa e desenvolvimento, o número de patentes registradas e o gasto com educação, como proporção do Produto Interno Bruto (PIB).
Na Coreia do Sul, que em 11 anos avançou nove posições no ranking da Fiesp, para o 5º lugar entre 43 países pesquisados, a produtividade da indústria avançou 178% no período, enquanto o gasto com pesquisa e desenvolvimento cresceu 1,44 ponto em relação ao PIB. Na China, nota Roriz, além do crescimento de 156% da produtividade industrial, o país observou um salto de 1.056% no número de patentes registradas entre 2000 e 2011. O país ocupou em 2011 a 22ª colocação no ranking, avanço de oito posições em relação ao início da década passada. Colaborou ainda para esse aumento, segundo Roriz, a evolução do saldo comercial de manufaturados e a alta taxa de poupança do país.
A Irlanda conquistou sete posições no ranking na última década, passando para oitavo lugar no Índice de Competitividade, principalmente por causa do avanço das exportações de alta tecnologia.
Já no Brasil, que no período avançou apenas três posições, passando do 40º lugar para o 37º no levantamento, as exportações de manufaturas, que foram prejudicadas pela valorização do câmbio, na avaliação de Roriz, jogaram contra um ganho mais expressivo de posições pelo país. Ele afirmou que a importação de bens e produtos mais sofisticados e a exportação concentrada em produtos primários não favorece a evolução do país no índice. A taxa de juros coloca outra barreira à competitividade brasileira, nota Roriz.