A economia brasileira cresceu 1,05% no primeiro trimestre em relação aos três meses anteriores, segundo o índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br). Foi o melhor resultado em dois anos, superado apenas pelos primeiros três meses do- governo Dilma Rousseff, quando o indicador subiu 1,45%, Para o governo e o mercado financeiro, os dados recentes de atividade apontam para uma expansão em tomo de 3% para o Produto Interno Bruto (PIB) neste ano - crescimento acima do verificado em 2011 e 2012. Os dados do IBC-Br ficaram ligeiramente acima da expectativa do mercado financeiro, que era de crescimento de 1%. Na comparação com o primeiro trimestre de 2012, o indicador teve alta de 1,79%.
O IBC-Br, também conhecido como "PIB do BC", é um indicador mensal que serve como parâmetro para avaliar o ritmo da economia brasileira. O resultado do PIB no primeiro trimestre será conhecido no dia 29. A expectativa do mercado, de acordo com levantamento feito ontem pelo serviço AE Projeções, da Agência Estado, é de um PIB com expansão de 0,89% no trimestre. Para 2013, as projeções variam de 2,5% a 3,5%.
"Multo Os bons resultados do comércio e da indústria em março ajudaram a economia a crescer 0,72% em relação a fevereiro, segundo o IBC-Br.
No mês anterior, o indicador havia recuado 0,36% ante janeiro. Nesse caso, a estimativa do mercado era de expansão de 0,7%. Nos 12 meses encerrados em março, a alta foi de 0,91%.
O presidente do BC, Alexandre Tombini, afirmou que o resultado do trimestre mostra crescimento anualizado em torno de 4%, o que é compatível com a projeção de crescimento do PIB para o ano de 3,1% feita pela instituição. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o resultado do IBC-BR foi "muito bom". O ministro disse preferir ser cauteloso e esperar ao verdadeiro PIB" antes de fazer mais comentários, "É melhor esperar o dado concreto. Não vamos nos antecipar. Vamos esperar o fim do mês."
O economista sênior do Espírito Santo Investment Bank (Besi Brasil), Flávio Serrano, que trabalhava com uma projeção de 0,4% para o IBC-Br, disse que a recuperação da produção industrial, que passou de queda de 2,5% em fevereiro para alta de 0,7% em março, está entre os indicadores de melhora da economia que respaldam a elevação do índice. Para Serrano, a mesma dinâmica deve se repetir em abril, quando a produção industrial deverá subir em torno de i%, mesma previsão que o banco faz para o IBC-Br.
Apesar do bom resultado de março, alguns economistas ressaltam que ainda há muitas incertezas internas e externas que podem limitar uma expansão maior em 2013. "O que está em xeque é a questão da confiança, que continua em patamar baixo. Teve uma recuperação gradual, mas ainda precisamos ter uma melhora mais consistente, principalmente da indústria", avaliou a economista Camila Alhadeff Monteiro, do Bank of New York Mellon ARX Investimentos, que agora prevê avanço de 2,8% este ano.
Para o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, que projeta avanço de 2,9% do PIB em 2013, o governo deve manter o modelo de crescimento focado no consumo doméstico via manutenção do emprego e crédito. Nesse contexto, disse, o setor de serviços segue como a amaria fumaça" do crescimento "pífio" da economia.